.........Hoje, após a caminhada matinal e o banho, fui apressado para
a minha mesa número um. Se o tempo passasse, eu poderia perder detalhes
importantes do sonho que tive na noite anterior. Eu perdi a conta de quantas
vezes uma jovem misteriosa entrou nos meus sonhos. O mais incrivel é que eu
nunca vi o rosto dela com clareza. Nunca descobri o seu nome. Ela surge.
Olha-me com intensidade. Caminha para onde estou. Para na minha frente. Diz
alguma coisa importante. Retorna. Antes de ir, olha-me outra vez. Desaparece na
neblina... EIa me deixou uma certeza: a moça gosta de mim! Mas, também,
deixou-me uma dúvida: afinal, se veio tantas vezes aqui, por que não me entrega
o coração? Por estes dias, uma escritora fez referência a uma casa. Quase tudo
fazia sentido. Eu não sabia, porém, onde estava aquele lar. Tentei saber.
Mandei mensagens. Havia um mistério no ar... Meu consciente cansou.
Insatisfeito, sonhei com o lar da ficção. Sem saber onde a realidade terminava.
Nem onde o sonho começava... Na verdade, eu não teria motivos para crer... que
aquela encantadora jovem havia me levado para o quarto dela. Agora, sim: é um
sonho! Trajava elegante vestido vermelho. Cabelos longos e bem cuidados
adornavam uma formosa correntinha de esmeralda. Combinando com uma obra prima
da natureza. olhos verdes! A menina moça estava trêmula. Eu, maravilhado com
tudo: o quarto, o capricho, a determinação... Ela foi, em minha frente,
desfazendo-se da roupa, peça por peça. Chegou a minha vez de ficar sem
palavras. Eu estava indeciso. Fui surpreendido. Precisava fazer alguma coisa:
calar ou falar .. diante de uma bela princesa. Não tive coragem de despir-me.
Como ela estava um pouco nervosa, com todo o cuidado, abracei-a. Afaguei, com
carinho, aqueles maravilhosos cabelos... Decidi, então, falar: “eu sou o homem
mais feliz do mundo!” Ela respondeu “obrigado por tudo sempre, meu Anjo!¨
Várias lágrimas deslizaram suavemente pelas nossas faces. Deixa assim: é melhor
que elas falem por nós.
CLAUDIO FREDERICO VOGT
Nenhum comentário:
Postar um comentário