quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

   Corações Humildes

.........Numa tarde de dezembro, saí por aí sem destino. Eu precisava desabafar, pensar, entender... Por que algumas iniciativas não deram certo? A lenta aproximação de mais um Natal deixava a Capital do Rio Grande com a sensibilidade à flor da pele... Ensinaram-me a confiar. É uma grande lição. Mas confiar em quem? Um Tenente da Academia Militar das  Agulhas Negras me ensinou que, na vida, há pessoas certas e pessoas erradas... Taiguara disse que não queria a juventude assim perdida... Eu não quero a Pátria assim perdida!  Já não estava mais só: caminhava com a tristeza...

.........Numa esquina qualquer, dobrei para a esquerda. Dobrei por dobrar. Seguia uma trilha perigosa: a indiferença. Na calçada, passei por um gaúcho idoso, pilchado, deitado, dependente químico... Ele não quis ser ajudado... Uma bola pequena “foge” de um pátio. Tentava encontrar explicações para episódios e mágoas... Quem controla a falsidade dos corações? Debaixo deste céu azul, parece que nada é igual... ver e não ver, sentir e não sentir, crer e não crer...

.........O Escritor Alemão Johann Wolfgang Von Goethe ensinou que nem todos os caminhos  são para todos os caminhantes. Há homens que nos orgulham. Há homens que nos envergonham. Alguns exaltam o Livro, mas não publicam o trabalho dos escritores. Há soldados e soldados... Todos precisam de medalhas. Todos precisam de perdão...

.........Os medicamentos estão caros. Algumas famílias não conseguem comprar. Chegam até a cancelar o tratamento médico... O numerário para os remédios deve vir do Orçamento da União. O Brasil é um dos países que mais cobra impostos no mundo... Alguns prefeitos fornecem, gratuitamente, os medicamentos ao Povo!

.........Nas minhas caminhadas, encontrei aposentados insatisfeitos... alguns revoltados. Para eles, fica claro que a nossa Pátria é duas! Os aposentados brasileiros tiveram seus salários diminuídos nos últimos anos. Desempenham outras atividades profissionais... para não passar fome! Morrem de tristeza, quando o jornal publica aumentos generosos para categorias que já recebem salários polpudos... É justo? O que significa isso? Significa que o Líder não paga os idosos, de acordo com a grandeza do trabalho que fizeram... para construir o Brasil...

.........Os nossos queridos mestres nunca foram remunerados de acordo com a nobreza da profissão... Mais do que todos, sabem que a Educação é o caminho... para a felicidade. Eles têm a importante missão de transformar crianças inexperientes... em cidadãos honestos e felizes...

.........Oh! Que saudade de um BRASIL que não existe mais!  A Palavra era um valor, cultuado com orgulho... Às vezes, penso que a Palavra já não vale mais nada... E a Confiança? Por que trabalham tanto para fortalecer as marcas? Alguns espertos já não cumprem o que foi decidido nas reuniões... Fazem pouco caso da Honestidade. O futuro, porém, vai provar que a corrupção prejudica a todos!

.........E a amizade? Outrora, valor tão belo... Um amigo leal, compreensivo, confiável, presente nas horas amargas... é uma espécie de riqueza... Um Amigo verdadeiro mostra as maravilhas do mundo... É com melancolia que encontro conspiradores da Família... Eles acreditam que podem ser felizes sem ela...

.........A Língua Portuguesa é patrimônio nacional. Orgulho a um tempo, prazer a outro... Ferramenta áurea que o saber lapida... Silente, clama  por estudo profundo...

.........Um automóvel de luxo não respeita a faixa de segurança. O egoísmo falou mais alto... Se o motorista afoito tivesse parado, poderia ter visto a beleza dos enfeites de Natal...
.........
Decidi entrar na igreja São Francisco de Assis. Estava fechada. E agora?... Um Soldado conduz o Menino, de volta para a casa, com a bola e o sentido da vida... imitada pelo Cinema: eu estava vivendo "Um Dia de Fúria"...

.........Velha charrete surge. Desloca-se pela Rua São Luís, no sentido Centro-bairro. Conduzida por homem pobre. Transportando crianças alegres, cães atentos e sacolas de plástico. Não cabe mais nada! O cavalo, ensinado, ao trote, quer voltar para casa... 

.........Na frente da Igreja, aquele sofrido chefe de família levanta-se, lentamente, equilibrando-se... correndo o risco de cair... Com elegância,  fé e devoção, faz o Sinal da Cruz... que a saudosa Mãe ensinou, quando pequeno... 

.........Os sinos tocam. As portas da igreja se abrem. Pequeno milagre, escondido na poluição da Cidade grande... Bela orquídea, a brotar por entre as pedras... Aquele gesto nobre, de um coração puro, serenou as águas da minha revolta... A fome não expulsa Deus do coração brasileiro! A miséria não cala a voz de Jesus na alma verde e amarela! Vamos começar de novo, ainda nesta tarde! O Altíssimo e o Jesus de Nazaré estão vivos... nas profundezas dos corações  humildes...

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

  Lição de Amor

.........Visitei, há poucos dias, um Hospital de PORTO ALEGRE. Vou ser sincero: é tudo meio deprimente.  Retrato de um mundo preto e branco. Mas, devo ser justo: houve elogiável progresso. Tive a oportunidade de fazer mais um amigo: o senhor LAUDELINO. Por que este homem de 78 anos conquistou a minha admiração? Ele está doente. Perde a memória, progressivamente. Ele visita, todos os dias, a esposa. Esta foi internada, pela quinta vez, com depressão. Em casa, não ingere os medicamentos corretamente; a patologia volta. Eles não possuem renda para contratar enfermeira.
.........O senhor LAUDELINO chega ao Hospital antes do horário da visita. Apesar de tudo, é um homem bem-humorado. Todos gostam dele. Alegra o ambiente. Conversa animadamente com os outros visitantes. É agradável e educado. Conta piadas. Ao conversar comigo, perdeu-se. Esqueceu as frases anteriores. Quando uma enfermeira perguntou o nome da esposa, respondeu: “Não sei. Esqueci.”.
.........Contou que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC); que sua memória já não era boa. De casa para o Hospital, o senhor LAUDELINO leva roupas limpas e mimos. Durante a visita (uma hora), compra, para ela, refrigerante e chocolate. Sempre atencioso e carinhoso. Ela gosta de tomar mate. Mas ele não leva. Não consegue mais preparar o chimarrão, devido à gravidade da doença.
.........Do Hospital para casa, leva roupas para serem lavadas; por ele mesmo! Na semana passada, ao retornar para o lar, o LAUDELINO se perdeu... numa Cidade cada vez mais cheia, menos humana! Foi parar longe de casa. Ele não se lembrava em qual parada deveria descer do ônibus... Enquanto tomava um chimarrão (que eu havia levado), a esposa dele me contou que fica imaginando as enormes dificuldades que o esposo passa, morando, temporariamente, sozinho. Sente pena dele. Sabe o valor que ele tem! Admira-o por visitá-la assiduamente. Sem preocupar-se em esconder a forte emoção que sentia, disse que o LAUDELINO, com a sua alegria contagiante, ameniza a dor que ela sente... nas agruras do inverno da vida...
.........Alguns pacientes não têm cura. Residem no Hospital. Outros não recebem visitas. Foram esquecidos... justamente por quem deveria amá-los! O grande LAUDELINO, por sua vez, dedica-se, responsavelmente, para fazer, a “eterna namorada”, feliz. Quando tantos nunca recebem visita, o LAUDELINO, de mãos dadas com a saudade matadeira, desafia uma doença implacável...
.........O bom humor deste cidadão exemplar, não esconde o drama: Até quando o LAUDELINO terá forças? O futuro está nas mãos de DEUS. Mas, hoje, ele protagoniza a vitória do amor. Quando for chamado ao Paraíso, deixará, com certeza, uma grande lição: O AMOR VENCE A DOENÇA. Na luta pela vida... em busca da felicidade... O AMOR É A MAIS PODEROSA DAS ARMAS!


sábado, 25 de setembro de 2021

 O CINEMA DA NOSSA INFÂNCIA -.


.........Bom dia, Amigo Leitor! O objetivo da redação de hoje é reavivar a recordação de momentos marcantes que o mundo do Cinema nos proporcionou. Para tanto, citarei o nome dos atores imortais e, às vezes, o nome de filmes que nunca foram esquecidos.

.........O Cine Teatro Guarany começou a funcionar em 1949. Um dos sócios da empresa estava sempre presente: senhor Dândalo Leite Bígio. Observava a meninada, sorrindo com o canto da boca. O Cinema não dava lucro. O pagamento  era assistir,  no  matinê de domingo à tarde, mais de duzentas crianças baterem os pés no chão... torcendo para que o Mocinho salvasse  a Mocinha... ou então que o Zorro  escapasse do Sgt Garcia! Levantava poeira!


.........Para compreender a importância do Cine Guarany, naquela época, é preciso conhecer a Alma da Cidade. Um Sistema de Instituições nos dava a alegria de viver: O Clube Harmonia, O Estádio Pedro de Marco, O E C Ipiranga, a Rádio Sarandi, a Igreja Matriz... e o Cinema! Tudo sob o pontual apito do Frigorífico!

.........Uma hora antes de começar cada sessão, o alto falante tocava a ópera "O Guarany", de Carlos Gomes. Em seguida, outras canções da moda. A mais tocada era: “Eu também quero ir... minha saudade... quando chego na ladeira, tenho medo de cair... Leva Eu... (Nilo Amaro e seus cantores...). A bombonière era uma tentação. Vendia balas para todos os gostos. Algumas em latinhas. Eram inimigas dos dentes... e dos bolsos! Eu observava, atentamente, os cartazes dos próximos filmes. Alguns títulos eram marcados pela beleza: Os Girassois da Rússia, Candelabro Italiano, General Custer, Os 10 Mandamentos, E o vento levou, Cassino Royale...

.........Nós gostávamos mais dos filmes com trilha sonora baseada em belas canções: Dr Givago (Tema de Lara), Candelabro...(Al di la), Dolaro bucatto (com Giuliano Gema), Dio come ti amo (com Gigliola Cinquetti), Non sono degno di te (com Gianni Morandi), In Ginochio da te (com G Morandi), Sem Destino (“Todo mundo está falando, falam de mim eu sei...”).


.........Por morar perto do Cinema, Eu não perdia nenhum filme. Assistia a todos, inclusive os que passavam no meio da semana. Destarte, conheci o Ronald Golias e o Mazzaropi (Jeca Tatu). Este, conquistou a simpatia do Povo, por ser um trabalhador muito dedicado. Filmava todos os dias... A equipe dele não tinha descanso!



.........Na década de 60, foi lançado um álbum de figuras dos artistas. Assim, nós podíamos conhecer melhor o Cinema, a vida, o destino... como o do protagonista do filme Juventude Transviada, James Dean, que nos deixou aos 24 anos de idade! Como o da loira Marilyn Monroe, que partiu, aos 36, no auge da fama (“Os homens preferem as loiras”, “Quanto mais quente melhor”, “O pecado mora ao lado”, “Os desajustados”...)! A maioria dos atores, porém, rompeu a barreira dos 90 anos, para alegria dos amantes do Cinema. Nas salas de aula do Ginásio Sarandi, os professores comentavam os filmes. Nós crescíamos em conhecimento e amadurecimento.


.........Os filmes sobre a conquista do oeste norte americano eram os preferidos pelos jovens e crianças. Chegavam na Cidade, em rolos de filmes trazidos, às vezes, pelos ônibus da Águia Branca. Eram seriados diversos: Billy The Kid, Kit Karson, Roy Rogers, A Marca do Zorro, Tarzan – O Rei da Selva... e O Gordo e o Magro (imbatíveis!). Para o senhor ter uma ideia: o Magro não precisava falar nada... bastava ser filmado com aquela cara de “zonzo”.... 350 guris e gurias riam sem parar!




.........Enquanto a tela apresentava o mundo mágico do Cinema, namorados bem juntinhos de mãos dadas... esperavam uma cena romântica, um sinal verde. Naquelas cadeiras que, hoje, só existem na lembrança, alguns meninos seguraram, pela primeira vez, as mãos de  suas namoradas... Muitos de nós gostávamos de lindas meninas, mas não tínhamos coragem de contar... Nem quando passava programa duplo! Elas compareciam bem arrumadas e perfumadas.


........A seguir, apresentarei alguns nomes de atores e filmes premiados: Walt Disney (a piazada dizia Valdisnei!), Charlton Heston, Kirk Douglas, O Mensageiro Trapalhão (Jerry Lewis), O Professor Aloprado (J Lewis), Casablanca, Cidadão Kane, Jeanne Moreau, Gary Cooper, Montgomery Clift, Catherine Deneuve, Sophia Loren, Teixeirinha (Coração de Luto), Marcelino Pão e Vinho, Moisés, Bem-Hur, Gregory Peck (A Luz é para Todos), Clint Eastwood (Por um punhado de dólares), Bravura Indômita (A protagonista era uma menina!), Guerra e Paz, Lawrence da Arábia, Olimpíadas de Tóquio...



.........Os guris do meu grupo eram: Darci, Ademir, Gauchinho, Bananinha, Tonho, Tique, Junho, Pedro Roberto, Roni e os jogadores do juvenil do Harmonia. O Cine Guarany  nos proporcionou, com idealismo, enormes benefícios: sociabilidade, conhecimento, visão, exemplos, ideias novas, inteligência emocional, saúde do  cérebro, despertar de vocações, entusiasmo... Havia, ainda, um elogiável elo cultural na Cidade: o convênio entre o Cinema  e o Ginásio. Os alunos eram estimulados a estudar, competindo por um “ingresso permanente”, para assistir, de graça, a todos os filmes da semana!

.........Em sinal de gratidão, reconhecemos o trabalho dos sócios e colaboradores do Cinema de Sarandi: senhores Dândalo, Carlos Ruschel, Bortolo de Marco, Carlos Ribeiro, Luis Carlos Baccin, Olinto Baccin, Ivone Cé, Telmo Linhares, Marieta Ávila...


.........Uma Cidade, que mantém um Cinema funcionando, nada tem a perder! A Cidade que não tem Cinema perde muito! Deixo, para refletir, uma frase do Cineasta Italiano Federico Felini: “O cinema é o modo divino de contar a vida.” Obrigado, Cine Guarany!


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 A ENGENHARIA DO EXÉRCITO -

.........É com alegria que fico sabendo que a Engenharia do Exército realizou e realiza grandes obras, colaborando com o desenvolvimento nacional. Ela construiu a Rodovia Cuiabá-Santarém, o Aeroporto de Horizontina, ampliou o Aeroporto Federal de Erechim... Está fazendo uma barragem em Bagé para combater a seca. Está duplicando a BR 116, entre Guaíba e Tapes. Realizou obras de transposição de água no Nordeste, poços artesianos, cisternas, obras contra a seca. Purificou água. Construiu ferrovias, estradas, pontes, escolas... Trabalhou em calamidades. São obras de qualidade, duradouras, feitas por Soldados discretos e anônimos. Eles trabalham longe de casa e dos batalhões. As obras são de grande importância para treinar o pessoal do Exército. A Engenharia desfruta de grande prestígio. Apoia Prefeituras. Estas, oferecem alojamento, alimentação, combustível... O Exército participa com mão de obra e máquinas, reduzindo o custo das obras. Os civis confiam na Engenharia do Exército! Os batalhões estão espalhados pelo Brasil. A Engenharia do Exército cultua o trabalho, além da hierarquia e da disciplina. O Símbolo é um castelo azul-turqueza. Na Guerra, a Arma de Engenharia opera em função do movimento. Apoia o movimento das forças amigas e dificulta o movimento das forças inimigas. Nas Operações Militares, organiza a transposição dos cursos d’água. Em síntese, a Engenharia do Exército é motivo de orgulho para os Brasileiros!

Claudio Frederico Vogt

cfvogt@yahoo.com.br

www.escritorcfvogt.blogspot.com.br 

sábado, 14 de agosto de 2021

 O Grande Espetáculo

.........Esta crônica trata sobre a Rua da Minha Infância, a TIRADENTES (SARANDI - RS). Meu filho menor (PEDRO FREDERICO) comprou um cão pequeno, branco. Parece um porquinho. Este canino tem uma importante missão. Diariamente, ele me procura e fica me olhando. Pergunto: "Tu qué brincá cumigo?" Nós brincamos um pouco. E, logo, sigo meu caminho... Quando eu era pequeno, ao perceber que o meu Pai se aproximava, eu perguntava: "Tu qué brincá cumigo?" Ele queria. Quase sempre podia... Com certeza, o Pai (FRIDOLINO) sabia da importância da convivência com os filhos.

.........Nasci na subida da Rua TIRADENTES, próximo à Igreja Matriz N S DE LOURDES, numa casa de madeira amarela. Aos 3 anos de idade, fui morar na esquina da Av 7 de Setembro com a Rua TIRADENTES. A avenida era uma das mais importantes da Cidade. Mas, por ser uma subida, permitia poucas atividades. A Rua TIRADENTES era plana e favorável a trabalhos e brincadeiras diversas.

.........Nos primeiros anos, a Rua, para o lado NORDESTE, era uma trilha, cercada de capoeira. O jardim da Dona ELVIRA e o da Mãe (JOVILDE) atraiam centenas de borboletas. O pomar, construído pelo vizinho (PEDRO PICCINI) era visitado por pássaros belíssimos: saíra-azul, saíra-sete-cores... Nas noites de verão, poucos guris tinham coragem de percorrer a TIRADENTES. É impossível esquecer a festa dos vaga-lumes. Não havia, ainda, iluminação pública. A noite era um grande mistério. A sinfonia dos grilos e sapos dava medo. O céu mostrava todas suas estrelas.

.........O meu pequeno SARANDI, construído próximo ao divisor das águas do RIO DA VÁRZEA e do RIO PASSO FUNDO, era uma espécie de "Norte Selvagem". As estradas eram precárias. Os viajantes sofriam como animais. Os ônibus que passavam na Rua TIRADENTES, oriundos do OESTE do PARANÁ e de SANTA CATARINA, apresentavam sujeira de todos os tipos (pó, lama, vômitos...). Quando os passageiros do "ÁGUIA BRANCA" eram cumprimentados, na Estação, levantava poeira...

.........Eu gostava de jogar bola na calçada. Às vezes, com os amigos, às vezes, com o Pai. Este usava um boné, suspensório, sapato preto. Tudo muito simples. Ele chutava com o peito do pé esquerdo. Gostava de cabecear a bola. Quando eu menos esperava, ele aparecia. Que saudade!

.........Nas chuvas de verão, a Rua TIRADENTES era um ponto de encontro. Eu sabia que era "perigoso" tomar banho de chuva. Eu só ia, se a Mãe autorizasse. Quando ela me autorizava, eu ia para a chuva sem medo. Só eu sei o valor da minha mãe. Ela tinha pouco estudo, mas tinha fé, intuição e empatia. Quando eu fazia aniversário, ela sempre me dava algum presentinho. Pequenos brinquedos. Cavalinhos de plástico coloridos...

.........No campo emocional, a Rua TIRADENTES era um palco, um caminho. Por ela, eu subia para ir à aula, para ir à Missa, para me confessar... Descia, alegre, para ir caçar nos potreiros, nadar na "Curva", pescar no Rio BONITO. Tinha tempo de sobra para procurar uma boa forquilha e pedras de rio para o meu inseparável bodoque.

.........Ao abrir as caixas de brinquedos, vindos do PORTO ALEGRE, junto com meu Pai, eu ficava surpreso, maravilhado... Não tem como esquecer! O homem precisa de tão pouco para ser feliz! Um gesto, um brinquedo, um perdão!

.........A Rua da Minha Infância, volta e meia, era tomada pela tristeza: alguns pais de família, alcoolizados, não conseguiam mais voltar para suas casas. Viviam uma lenta agonia. Morriam um pouco a cada dia. Para o desespero de suas dedicadas esposas. Graças a DEUS, em minha casa, bebida alcoólica não entra!

.........A reforma do CINE GUARANY marcou a nossa infância. O Sr DÂNDALO, principal acionista do Cinema, mandou instalar pastilhas nas paredes. Os guris faziam coleção. Algumas nós ganhávamos. Outras nós "tirávamos". O Sr DÂNDALO, sorridente, fazia de conta que não via nada. Grande alma!

.........Nossa imaginação não tinha limites: com madeira fazíamos armas, ônibus, pequenos caminhões, gaiolas, carrinhos de lomba... Com barro, bonecos, autinhos, pequenos rios... Quando jogava bolitas na terra, nem subia para o almoço.

.........A minha família passou por, pelo menos, dois grandes sustos. Quando eu andava de bicicleta (MONARK aro 26), a correia cortou o dedão do meu pé direito. O Sr CLAUDIO FERRONATO me levou ao Hospital, de caminhão. Quando a minha irmã (LORENA) caiu da escada, no fundo da casa, o Pai levou-a nos braços, correndo, até o Hospital.

.........Na década de 60, fiquei entusiasmado com a candidatura do IVO SPRANDEL à Prefeitura. Escrevi o nome dele nos muros da Rua TIRADENTES.

........Situada na Rua da Minha Infância, a Estação Rodoviária foi palco de tantas partidas e tantas chegadas. Não raro, com lágrimas nos olhos... Na TIRADENTES, morou, também, a minha primeira namorada...

.........Aconteceram, naquela época, vários fatos pitorescos. Numa tarde de verão, apareceu um rato grande no meio da Rua. O Pai e o Sr LINO HAHN estavam descarregando um caminhão da Transportadora AURORA. O Pai disse: "LINO, olha o rato!" E o LINO disse: "FRIDOLINO, olha o rato!" E o bicho passou ao lado deles e entre os pés deles.... Não conseguiram pegar o rato. Este voltou ileso para o sistema de esgoto. Mas engraçada e perigosa foi a fuga de um porco. Este seria carneado no terreno de cima, do Sr VITÓRIO PICCINI. Vários guris corriam atrás do porco. Este fugia para o lado da Rodoviária. Decidi ajudar. Quando o porco deu uma travada, na calçada do Cinema, eu me atirei nele. Segurei-o, com as duas mãos. Houve um certo risco. O vizinho foi mordido no braço, perto da veia!

.........Na Rua TIRADENTES, a CASA SANTO ANTÔNIO funcionou durante 31 anos. Tudo dava certo. A casa do meu Pai era abençoada por DEUS.

.........Mas, afinal de contas, qual foi o espetáculo da Rua da Minha Infância? Quem deixou tanta saudade assim?

.........Jogar bola nas calçadas da Cidade ou nos gramados do RIO GRANDE... com o meu Pai... foi o grande espetáculo!

.........Querido jovem! Não deixe teu Pai tomando chimarrão sozinho! Não deixe ele brincando sozinho! Não deixe teu Pai jogando bola sozinho! Ele vai deixar saudade... O Pai é o grande espetáculo!

C F V O G T

E-mailcfvogt@yahoo.com.br

Blogescritorcfvogt.blogspot.com.br



(da esquerda para a direita: Júnior, Claudio e Fridolino)
(Da esquerda para a direita: Júnior, Claudio e Fridolino)

sexta-feira, 23 de julho de 2021

 O DESTINO DE RAMIRO -

.........Na década de 60, morava na Rua Tiradentes, da minha terra natal (Sarandi-RS), um guri de  pele parda, filho adotivo. Ele era visto no pátio de minha casa, jogando bolitas... na calçada e no pátio da casa dele, jogando bola. O Pai dele, por força da profissão (motorista de caminhão), passava vários períodos longe de casa. Meu Pai chamava-o de RAMIRO. Eu achava engraçado. Ele queria seguir a profissão do Pai. Este tinha na garagem um caminhão Mercedes-Benz, de cabine azul. O RAMIRO gostava de brincar de “caminhãozinho”. O Pai dele plantou árvores frutíferas e construiu um parreiral para ele comer uvas. Ele estudava no melhor colégio da cidade, a Escola Normal Rural Santa Gema Galgani, o “Colégio das Irmãs”. A vida estava valendo a pena! Ele era alegre e esperto. No pátio dos fundos, havia um pequeno campo de futebol, cheio de amigos. Ele foi um bom amigo de infância!

      Na primavera de 1963, quando ele tinha 10 anos, passou a ser perseguido por alguns rapazes de classe média. Queriam pegá-lo na saída das aulas da tarde. Ficavam na quadra do Ginásio esperando ele passar. Estavam determinados. Era uma questão de tempo... Sabendo da intenção dos “grandes”, decidiu contornar o Ginásio, dando a volta pelo lado de cima. Mesmo assim, foi alcançado. Pegaram ele pelo braço e levaram-no a um local ermo. Na grama, a pasta de couro marrom, aberta, com um caderno e uma caixinha de lápis de cor... Os rapazes, indiferentes às lágrimas e ao medo do menino, revezavam-se, sem parar...

      No dia seguinte, a mãe do RAMIRO me disse: “Meu filho chegou em casa todo lambuzado! Dei queixa na Polícia!". Ela era uma das primeiras a ir à Escola para saber se o filho tinha passado de ano. Os pais dele não mereciam tamanho desgosto! O caso foi abafado. Filhos de gente importante estavam envolvidos. A Cidade perdeu uma grande oportunidade de aplicar uma punição exemplar, educativa. A Sociedade não era santa. Surgiam casos de alcoolismo e adultério. Afinal, a carne é fraca. Mas, naquele dia, a Cidade chegou no fundo do poço! Só a educação das pessoas poderá evitar que casos semelhantes aconteçam! A Matemática não é tudo! O Português tampouco é tudo! O ser humano precisa ser íntegro!

.........Agora, o RAMIRO, traumatizado e com sequelas, olha pela janela. Outros guris brincam lá fora. A vida continua. O filho adotivo tem o direito de ser feliz! Deve ser amado e respeitado; nunca discriminado! Apesar de tudo, é preciso seguir em frente... com a esperança de dias melhores.

C F VOGT

c f v o g t @ y a h o o . c o m . b r 

domingo, 27 de junho de 2021

 O ÔNIBUS QUE PARAVA DEMAIS -

       Nas férias de julho de 1970, numa noite muito fria, eu fiz uma viagem de Porto Alegre a Sarandi, com a empresa Águia Branca. Naquela época, era comum os Sarandienses dizerem que viajavam “com o Sabadin”. Eu não conhecia os motoristas. Naquela ocasião, conheci o novo Auxiliar do Motorista. Era um gordinho izibido. A maior preocupação dele era mostrar que nasceu ou morava na Capital. Ele arrumava qualquer motivo para dizer: “Dez minutos di parada!”. Talvez por vaidade ou para arrumar uma namorada... E, assim, fomos parando em todas as localidades. O ônibus fazia uma baita volta por Encantado, Arroio do Meio, Arvorezinha, Ilópolis etc... Paramos até para trocar um pneu!

       É óbvio que os passageiros reclamavam: “CHEGA DE PARADA!” “TOCA DIRETO!” “ESTAMOS COM PRESSA!”. Do meu lado, junto à janela, viajava uma Freira, muito atenciosa. Ela comia uma maçã. Comeu várias. Ela me contou que conhecia a Irmã Verônica, minha primeira Professora, mas que não sabia aonde ela estava. Que pena!

Seria emocionante revê-la...

       Havia, no ônibus, na parte posterior, estudantes Sarandienses. Eles abriam as janelas e fingiam que estavam dormindo. O ônibus virava uma geladeira! As reclamações voltavam: “FECHEM AS JANELAS!” “ESTÁ MUITO FRIO!”. Mas não havia a menor condição de as janelas ficarem fechadas. Eles devem ter almoçado lá no Zancanella. Este é bom socialmente. Deve ter servido uma refeição bastante nutritiva... feijão com cebola e ovos! A Freira disse que eles comeram alguma coisa estragada.

       O gordinho resolveu tomar uma providência: “Atenção, senhores passageiros, dez minutos di parada!” Na verdade, em cada parada, bastavam poucos minutos, apenas. O ônibus deveria parar também em menos locais. Perto de Soledade, o ônibus parou na frente de uma loja que tinha dançarinas dentro... Eu disse que deveriam trocar outro pneu. A Irmã exclamou: “Acho que vão trocar o óleo!” A viagem estava com várias horas de atraso. Deram a culpa para o gordinho izibido. Em Carazinho, na garagem, trocamos de ônibus. Lá se foi mais meia hora! Finalmente, o ônibus novo, ou quase novo, seguiu a viagem. Um detalhe chamou a atenção dos passageiros: o gordinho desapareceu.


sábado, 12 de junho de 2021

 - SAUDADE DO CLUBE HARMONIA -

( Acervo: Rogério Machado )


     Na década de 60, acompanhei de perto as atividades do Clube Harmonia de Sarandi-RS. Posicionado estrategicamente na frente do cinema, reunia os jovens que esperavam o filme começar. Da frente do clube partiam os ônibus que levavam o time, após o almoço, para jogar com o União de Rondinha, o Ouro Verde e o Palmeirense de Palmeira das Missões, o Itapagé de Frederico Westphalen... O clube possuía salão de baile, boate e salas de jogos diversos.  Durante a semana, o cair da tarde era um momento mágico. Reuniam-se líderes, médicos e cidadãos de várias idades. Era uma terapia. Cada um falava dos seus sonhos e problemas, em um ambiente de sadia amizade. Eram vidas preciosas!

( Acervo: Rogério Machado )

     Naqueles dias felizes, reuniam-se: o prefeito Gobbi, o Dr Aldo Conte, o Dr Olavo, o Dr Aguinel, os engenheiros italianos, o Hugo Rossi, o Nilo Sérgio, o Lemes Boni, o Henry, o Artur Biavatti (Titi), o Paulo Blanck, o Ademar Oliveira (Gauchinho), o padeirinho (goleiro), o Osvaldo (Salada), o Rogério (Índio Véio), o Joyafard (Tique), o Zeno Canova, o Tasso Azambuja, o Chico Balbinot, o Mario Renato (Queimador), o Tadeu Kreling...

     Foram ecônomos, dentre outros: Domingos Peruzzo, Antônio Carlot, Ildo Manfro, João Cé... Assisti reuniões com o Presidente do ECH.

( Acervo: Rogério Machado )

Lá no Clube, eu ouvia pela primeira vez algumas canções. Aos domingos à tarde, às vezes, havia reuniões-dançante no salão principal. Os bailes mais importantes eram os de debutantes e os de Carnaval, animados pelo Conjunto Joãozito e seus Cometas. Na Copa, sempre havia algo de bom para comer (sonho, pastel...). Lá no Clube, assisti o Titi cantar a canção 1999, com o violão. Aos domingos, após os jogos do Harmonia, nos reuníamos para comentar as melhores jogadas.

Foto: Rogério Machado
( "Titi" - Acervo: Rogério Machado )

     Na década de 60, o time e o Clube atingiram o auge. O Clube era o mais importante centro de cultura e lazer da Cidade. Um lugar para fazer boas amizades.

     Eu vivia rodeado de amigos. Nós estávamos na primavera da vida. Sem preocupações. Nossos Pais estavam vivos. Era uma época de paixões. As “gurias” mandavam bilhetes aos “guris”... Hoje, a doença faz com que a saudade seja maior... No inverno de 1968, uma Colega de aula, do 3º Ano do Ginásio, me entregou um bilhete, no qual escreveu, entre outras coisas, que quando não me via, ficava triste e até chorava. Ela era garçonete no Clube. Eu tinha, apenas, 15 anos. O sistema de som tocava uma canção do Roberto Carlos (“Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo...”). O universo conspirava. Aconteceu. Então, começou o nosso namoro. Eu fui o seu par no Baile das Debutantes. Ela era educada, bondosa e compreensiva. Eu sabia dançar “do meu jeito”. Ela foi um presente de Deus! Com o passar do tempo, nos tornamos amigos para sempre. Nunca mais esqueci o nome dela: Siloé Cristina Pelissari (em memória), minha primeira namorada!

     E agora, que aqueles dias felizes já se foram... o que eu faço com tanta saudade?

C F VOGT

cfvogt@yahoo.com.br

sexta-feira, 28 de maio de 2021

5. UM SONHO - Parte II (FINAL)

B: “Você dormiu bem, Princesa?”

P “Sim. O lugar é silencioso. Estava cansada. A aparência do senhor está melhor. Ontem, estava esgotado... Eu proponho o seguinte: não desistir... Um guri que sabe tocar as músicas de BEETHOVEN é predestinado... Ele deve estar brincando por aí... Deve ter encontrado um gatinho, uma bola, uma espingardinha de rolha...”.

B: “Um Oficial de Infantaria desiste... mas, antes, faz 77 tentativas!”.


- Em primeiro lugar na confiança do Povo -

P: "Este é o Comandante que admiro... O pessoal do SMU compara-o ao Napoleão da França...".


B: “Estão mal informados.”.


P: “Disseram que se classificou em primeiro lugar de 140 Aspirantes...”.

B: “A minha Turma da AMAN é fraca!”.

 

P: “Na Academia Militar das Agulhas Negras, nunca houve turma fraca... A AMAN seleciona a elite da juventude!”.  


( Academia Militar das Agulhas Negras
AMAN - RESENDE - RJ )

B: “Obrigado, Princesa! Vamos esquecer as águas passadas... Ligue a sua flecha cabocla... Atenção: e a Companhia Comando?”.
P: “...volta do Rio Torto de mãos vazias!”.
 

B: “E o Lago Paranoá?”.

P: “Bombeiros encontram alguns lobos mortos e construções ilegais!”.
B: “A cultura joga contra... E o Rio São Bartolomeu?”.
P: “Presidente retorna abatido: não encontrou o pequeno gênio, mas a natureza ferida...”.

B: “E o Parque da Cidade?”.

P: “Professora de piano do João Vítor diz que ele é o melhor Aluno do Plano Piloto.”.

B: “Você consegue ver a situação da Asa Norte?”.
P: “O Tenente Jumentino já tem uma pista... Faz acareação entre o Frei ELÓI, o Subtenente e a senhora SEBASTIANA. Esta, afirma ter sido mordida, no interior da Igreja Santo Expedito, por um cão pequeno, que pode ser do pianista desaparecido...”.

B: “E a Igreja?”.

P: “Sinto momentos de grande emoção, mas não consigo ver nada, ainda...”.

B: “Você quer uma chave de fenda para fazer ajustes na flecha?”.
P: “Obrigada, BONDOSO! O senhor é muito gentil... mas eu não trabalho com chave de fenda! Agora, sim: fiéis cantam com grande emoção música composta pelo Padre ALESSANDRO – Um Menino que passou na minha vida...”.

B: “O padre fez a canção para o JOÃO VÍTOR... E a Catedral?”.
P: “Colonos verdadeiros e falsos caminham cantando a 'Asa Branca' de Luiz Gonzaga...”.

B: “Concordo, mas e do lado de dentro?”.

P: “Ministros e embaixadores prestigiam a Missa organizada pelo Tenente OSÓRIO EMÍLIO, novo Comandante da Águia do Planalto!”.
B: “Brilhante, Morena! Não sei o que seria de mim sem você... e a Flecha! Vamos fazer a patrulha derradeira! Temos que, antes, acertar a hora e o calendário... No meu relógio verde-oliva são doze horas!”.

P: “No meu relógio cor-de-rosa também... informa que é hora de consumir o lanche...”.

B: “Conto com o profissionalismo da Orquídea: o consumo do catanho está suspenso! Tenho pressa! Pelo calendário do Ministério do Exército, estamos no dia 18 de agosto de 1965.”.
P: “Pelo meu, também!”.

B: “Temos que encontrar o filho do meu melhor amigo! Você está pronta?”.

P: “Sim! Estou pronta! E com 95% dos neurônios preparados para a última batalha!”.

B: “Que seja feita a vontade de DEUS!”.

P: “Comandante, espere... eu sou uma Princesa tipo 2 – sentimental, romântica, sensível... Nesta tarde tão importante para BRASÍLIA, poderei ser traída pelas lágrimas...”.

B: “Eu sei. Trabalho com gente. Você busca o Menino perdido como se buscasse um filho... Mas não se preocupe, querida Morena, hoje começa uma tarde de mil anos... O Castelo lhe ensinou a rezar, o Quartel me ensinou a persistir!”.

P: “Que bonito, Major! Diga ao Povo que fico! Quero dizer: que estou pronta!”.
B: “Certo! Vá para VARGEM BONITA e, após, ao ponto Nr 1 – Pedro Leopoldo – MG... Concentre-se... Cuidado! Você assustou um Suiriri! Atenção... E a Nave Azul?”.


( Suiriri-pequeno / Aves do Cerrado
- EDSON ENDRIGO - USP
- SÃO PAULO - SP )

P: “Está a 30 metros de altura. Continua se exibindo. O Piloto sente-se um herói nacional da Cidade. O Governador abana para os militares. O vento do helicóptero leva para longe a peruca do CHICO XAVIER. Milhares de pessoas começam a cantar o Hino Nacional. No interior da Nave Azul e Branca, uma Secretária atrevida mede a febre de um Infante, cujos cabelos afaga indevidamente... Essa magricela foi longe demais!”.
B: “Calma, Morena! Ela é profissional. O Chefe dela deve estar doente... Não há médico na aeronave. Procure falar baixo: se o general fica sabendo baixará o meu conceito...”.
P: “Desculpe, BONDOSO! Não quero prejudicar a carreira de ninguém... mas a Vanessa tem que aprender a se colocar no seu devido lugar!”.

B: “Eu estudei em uma Escola em que todos, professores e alunos, gostavam de pensar no BRASIL... Como vai a Nave Verde e Amarela?”.


( GEOATLAS - Maria Elena
Simielli - USP - SÃO PAULO - SP )

P: “Foi bom o senhor ter perguntado... Políticos gastam mais do que arrecadam... Os viajantes da Nave continuam pagando a conta... É uma grande injustiça... Ela desce 40 metros, puxada pela impunidade, pelo desmatamento e pelas queimadas... Sobe 50 metros, graças ao trabalho heroico do Corpo de Bombeiros e da Liga Feminina de Combate ao Câncer (LFCC)...”.
B: “Brilhante, Orquídea! Há um Brasil que dá certo! Quem quer trabalhar, tem bons exemplos a seguir... Desta vez, não passe por UBERLÂNDIA. Vá direto para URUGUAIANA!”.

P: “Sim, senhor! Já estou com a roupa da Flecha...”.
B: “Eu não quero ser indiscreto, mas tenho uma curiosidade: onde você comprou esta flecha... no Vale do Silício?”.
P: “Quando visitei a Amazônia, acompanhando a Família Real, encontrei alguns índios pobres, doentes e abandonados... Comprei a flecha, apenas, para colaborar com eles...”.
B: “Que bom coração! Você tem notícias sobre a neve?”.
P: “Sim: tenho! Chegará, nas próximas horas, à Cidade de QUARAÍ – RS... Na ARGENTINA, a neve acumulada provocou a queda de centenas de telhados das casas... e o fechamento de estradas...”.
B: “E sobre o ponto Nr 4?”.

P: “Soldados do Exército ajudam a salvar os flagelados. Um Sargento baixou com pneumonia. A Orquestra Municipal ensaia a canção Querência Amada, do compositor brasileiro Teixeirinha, para receber, com grande estilo, o descendente do CAXIAS. Músicos treinam a canção 'Perfídia', do compositor mexicano Alberto Dominguez, grande sucesso do momento...”.



B: “E o Cinema?”.

P: “A Cidade inteira está fazendo a coleção de figuras dos artistas... O programa de filmes é o seguinte: quinta – Roy Rogers / sexta – A Marca do Zorro / sábado – General Kuster / domingo (matinê) – Marcelino Pão e Vinho / domingo (noite) – Os Dez Mandamentos...”.

B: “Eu quero ter uma filha assim... Agora, Morena, não precisa passar por Macaé. O meu Pai já deve estar colaborando com a educação dos Escoteiros. Ele gosta de ensinar. Na Polícia Militar, era um dos melhores monitores! Vamos direto para a Capital da Esperança!”.

P: “Entendido, câmbio!”.

B: “Fez o Curso de Formação de Sargento (CFS)?”.

P: “Fiz o Curso de Formação de Princesa (CFP)!”.

B: “Sim, claro! Desculpe-me!... Preste atenção! Estamos chegando em Brasília...”.

P: “Comandante, a Flecha quer descer em Cristalina.”.

B: “Se não for confidencial... Por quê?”.

P: “Estou cansada. Sinto o peso da responsabilidade. Posso não ver o Menino... Eu já tenho a minha cruz... Posso encontrá-lo sem vida... Quando eu tinha 11 anos, uma amiga de Escola desapareceu. A família e a Polícia jamais encontraram uma pista... A guria nunca mais voltou...”.

B: “Eu serei sempre o primeiro a lhe compreender... Nós, militares, fomos educados para não ficarmos no caminho... Eu vou levar-lhe até a batalha final! Neste País de contrastes, de flores, injustiça e dores... você é quem mais representa o Brasil... Uma Princesa educada, uma orquídea selvagem, uma flecha... com ponta de prata, vinda dos garimpos da Amazônia... com haste de pau-brasil reluzente, oriundo da Mata Atlântica... com penas multicores juntadas no Cerrado... penetra no cerne das verdades da vida... Você é, a um tempo, a herdeira da Princesa Isabel... a outro, a Grande Flecha Cabocla... Levante a cabeça! Quero dizer: levante a ponta prateada e vamos para a luta!”.

P: “Obrigado, Comandante! Estou melhor!”.

B: “Olha! Já dá para ver o Lago Paranoá... E o noticiário das últimas horas?”.


( GEOATLAS - Maria Elena
Simielli - USP - SÃO PAULO - SP )

P: “O Estado Grande – Ministro denuncia: 25 brasileiros desaparecem por hora! / Jornal das Águas Claras – Pai do Pianista desaparecido internado com depressão / O Pantanal – Presidente Castello Branco: não podemos aceitar esses números / BBC de Campina Grande – Já tocou várias vezes uma canção que trata de homens e bois: Disparada, com Jair Rodrigues / Luar de Garanhuns – Prefeito proíbe entrada de disco-voador na Cidade / Jornal Última Hora da Guanabara – Cancelado Exercício dos FE na Tríplice Fronteira / Jota B – Ministro do Exército decide empregar Tropa de Elite na Fronteira / Jornal Meia Noite – Enchente do Rio Guaíba provoca três mil vítimas / Rádio Luz e Alegria de FREDERICO – Marechal Castello Branco não quer a reeleição!”.


( GEOATLAS - Maria Elena
Simielli - USP - SÃO PAULO - SP )

B: “Espetacular! Não precisa me contar segredos... Mas o que tem dentro da flecha? Um fax, um mimeógrafo ou uma caneta 4 cores, fabricada no Paraguai?”.

P: “BONDOSO, grande Comandante, o senhor precisa saber posicionar-se entre as tropas verde-olivas e as hostes celestes... Eu trabalho com as coisas do coração... Como uma menina inocente... falo com Lobos e Anjos... Nunca diga que não precisa de DEUS!”.

B: “Um médium caipira de Jaguariúna previu o fracasso da Seleção na Inglaterra! Como ele faz? Tem uma bacia de água igual a do Nostradamus?”.

P: “Agora é cedo para saber... O tempo dirá se ele acertou a profecia...".
B: “O que a Folha da Asa Oeste publicou?”.

P: “Dona Esmeralda esclarece: meu guri é metódico. Come 4 jabuticabas e oferece 3 ao cão Fiel.”.

B: “E a Folha da Asa Leste?”.

P: “Tenente Jumentino descarta doze hipóteses: todos agentes trabalham numa só!”.

B: “E o Jornal O Singelo?”.

P: “Presidente da República convida Médium Mineiro para reunião...”.
B: “E o Jornal de Taguatinga?”.

P: “40 helicópteros da FAB navegam pelo Planalto Central do Brasil!”.
B: “E o Jornal do Marinho?”.

P: “CINDACTA confirma entrada de dois OVNIs no espaço aéreo brasileiro: em Passo Fundo e em Varginha!”.

B: “Você sabia, Princesa, que os marcianos raptaram cidadãos, cujos nomes começavam com a letra 'A'? Por quê?”.

P: “Se levaram o João Vítor, pensaram que Aluno era nome... Tenho uma notícia do Jornal 'O Pinheiro', de Curitiba ...”
B: “Favor apresentá-la. Ainda não estou descartando hipóteses.”.
P: “A notícia é triste, Major: Caminhoneiro de Carazinho desaparecido encontrado morto num bosque à beira da estrada!”.
B: “Os criminosos foram longe demais! Eles têm certeza de que nunca serão punidos... Os números que o Ministro apresentou traduzem injustiças diárias! Temos que agir... E as revistas?”.
P: “Veja que horror – Manchas de sangue do Bananal eram de lobos / Época Braba – Resultado da Pesquisa Confiança do Povo: em primeiro lugar... As Forças Armadas / Revista Isto Era Assim – Desaparecimento de pessoas prejudica imagem... / Revista do Chateaubriand – Conselho Tutelar encontra crianças dançarinas em Foz do Iguaçu...”.

B: “E a Companhia Comando?”.

P: “Reforça as buscas no Vale do Rio São Bartolomeu!”.

B: “E a Polícia do Exército?”.

P: “Monta verdadeira Operação de Guerra!”.


( Batalhão de Polícia do Exército de Brasília - BPEB - REVISTA VERDE-OLIVA - Centro de Comunicação Social do Exército - BRASÍLIA - DF ) 

B: “E o Corpo de Bombeiros?”.

P: “Examina as caixas d’água e poços artesianos!”.

B: “E a Polícia Militar?”.

P: “Governador do DF exonera Comandante do Policiamento!”.
B: “O que está acontecendo na Asa Norte?”.

P: “Depoimento da Sebastiana: afirma ter visto um guri, de pouca idade, com uma espingarda de rolha (de uso exclusivo do Exército) no ombro esquerdo, uma lanterna verde e amarela na mão direita e um cão pequeno e estressado... próximo ao altar da Igreja... Disse, ainda, que não se lembra de mais nada... e que, quando acordou, já estava no Hospital. Levou 7 pontos na perna direita!”.


( Imagem: Claudio F Vogt Jr )

B: “Maravilhosa, Princesa! Você é o máximo... Bela, elegante, educada, competente... Eu conheço o cão Fiel que saiu na mídia... Ele não deixa ninguém chegar perto do João Vítor... No mínimo, liga o motorzinho... Agora, sem perda de tempo, vamos direto para o Céu!”.


( Imagem: Claudio F Vogt Jr )

P: “Há vários caminhos... O senhor quer ir por onde?”.
B: “Vamos nos ajoelhar no gramado da Esplanada (de frente para os 4 Evangelistas), a Princesa, a Orquídea, a Morena, a Flecha e eu... rezar em silêncio, confessando que somos tementes a DEUS, gratos pelas grandes obras... e, de cabeça baixa, proclamar que somos humildes de coração...”.
P: “Sensacional! O senhor fala como se fosse um Príncipe... Aonde o Comandante aprendeu tanta coisa bonita?”.

B: “No Curso de Formação de Cabo (CFC)... nos livros, nos filmes, nas missas, nas canções...”.

P: “Por isso, consegue se colocar no lugar dos humildes: o senhor já esteve na base da pirâmide verde-oliva... Parabéns! Eu quero ter um filho assim!”.

B: “Preciso me concentrar... sem a vaidade!”.

P: “Bondoso, não precisa mais meditar... Estamos em um gramadão de folhas largas. Sinta o perfume das flores... Anjos e homens bebem água, na porta do Paraíso...”.

B: “Os cartazes dos filmes da Califórnia, nem mesmo quando no auge da criatividade, nunca apresentaram imagem tão bela...”.
P: “O João Vítor está por perto!”.

B: “Se alguma coisa não der certo, a patrulha ficará por aqui. Ou seja: faremos uma volta menor, incompleta...”.

P: “Ajude-me a pensar: e a velocidade?”.

B: “Aqui, perto do Céu, controle a velocidade e a altura. Se a Flecha atropelar um Arcanjo... o caso vai parar no STC!”.
P: “A probabilidade de atropelar algum político é 0,2 %... Estou com 96% dos neurônios funcionando...”.

B: “Então vamos! Um general do grande Napoleão disse que o líder os levaria até o inferno... Eu vos levarei até o Céu! Confiem em mim! Concentração total... Tenho dúvidas! O que a Imprensa diz deste drama que já escapou do Plano Piloto de Brasília?”.

P: “Comandante, o senhor não vai descartar nenhuma carta?”.
B: “Não, meu amor! Eu sou um Oficial do Exército! O meu baralho é o Brasil! Tenho que pensar no todo: nos Meninos, Lobos e Anjos!”.


( GEOATLAS - Maria Elena
Simielli - USP - SÃO PAULO - SP )

P: “Rádio Farroupilha – Nave GEMINI 5 passará 6 vezes sobre o Rio Grande do Sul / Jornal O Luar do Futuro – ONU denuncia: crueldade do homem extingue espécies de animais / Jornal de Palmas – Político diz que extinção das araras, bagres e lobos é fato isolado / Jornal do Apóstolo – Presidente condena caça ilegal: a extinção de uma espécie prejudica as outras... o homem pagará o preço da solidão / Correio do Povo – Sinos tocam sozinhos em Brasília / Revista Veja que Rolo – Especialistas do Vaticano estão no Brasil para localizar Menino / Jornal Inovação de Bagé – Prefeito manda receber à bala os discos-voadores / Noticiário do Exército – General Golbery: a extinção de uma espécie é para sempre! / Jornal da ABL – Escolhido o Livro do Ano: Lembranças do Quartel... / Jornal da Província – Disco-voador leva funcionário da Prefeitura de Sarandi, a Passarela da Produção... / Jornal da Pampúlia – Governador de Minas concede Diploma ao Major Bondoso... CHICO XAVIER quer conhecer o Napoleão Brasileiro...".


( FOTO STUDIO ANA
- Ana H Berlet de Almeida
- SARANDI - RS )

( Imagem: Claudio F Vogt Jr )

B: “Orquídea, dê uma parada... Estamos suando... Na verdade, eu não esperava receber tanta ajuda... O mundo inteiro conspira contra a injustiça... Estou com dificuldade de pensar em tudo. Vamos mais um pouco. Você está ligada?”.

P: “Eu não tenho tomada... Por que o senhor não faz um poema para as MINAS GERAIS?”.

B: “Não precisa... Minas é o poema!”.

P: “Vou apresentar, agora, informações complementares: A Tribuna de Pontão – Músicos encontram na estrada do Natalino objetos do Motorista raptado / Rádio Difusão – Marcianos falavam idioma Alemão / Rádio do Mânica – Disco-Voador levou mudas de jabuticabeiras do Viveiro do Cabo Léo / Rádio do Rosin – Hugo do Pandeiro disse que Marcianos vieram assistir o treino do Harmonia de Sarandi / Rádio UIRAPURU – Prefeito ERNESTO tenta dialogar com alienígenas / Jornal NYT dos Estados Unidos – Chuva de meteoros assusta brasileiros / Diário da Manhã – EXÉRCITO constrói ponte de emergência no Passo do Socorro / Jornal A Razão do Celito – Defesa Civil confirma previsão de grande nevasca! / Correio Brasiliense – Clima de deserto no Distrito Federal: temperatura 38 Graus – umidade do ar 27 %! / Revista da Rua Augusta – Presidente elogia a Biblioteca do DELFIM NETO / Rádio Imperial – Debutantes ensaiam duas valsas: Danúbio Azul e Baile da Saudade... / Jornal de Jaboticabal Paulista – OVNI pousa no Sítio do Netto. Lança rampa de luz sólida. Espalha Marcianos pelo pomar. Recolhem jabuticabas em cestos transparentes. O último a embarcar deixa uma mensagem decifrada, no tronco de uma árvore, para o afronegro Sebastião, caseiro da propriedade. Seguem para Varginha, enquanto o Tião das Moças emerge, pálido, da água fria do bucólico Rio Jaguariúna...”.


( Imagem: Claudio F Vogt Jr )

B: “Espere um pouco, Morena... Vou pegar o meu lenço verde-oliva... Os Marcianos devem conhecer as propriedades curativas da jabuticaba...”.

P: “O lenço do senhor não está mais em condições, Bondoso... Quer usar o meu lenço cor-de-rosa?”.

B: “Não posso! O Regulamento não permite! Você consegue ver o todo?... Como está a Humanidade?”.

P: “O mundo quer saber o nome da flor! Desprezada pelos poderosos, sou Morena! Amada pelos cientistas, sou a Morena... a Orquídea Morena! Eu sei o que há do outro lado da montanha... Ajudei o Fundador da Academia Brasileira de Letras a escrever Memórias Póstumas de Brás Cubas... Meus colegas de aula foram o conhecimento, a criatividade e a curiosidade...”.
B: “...e os amigos sinceros lhe chamam de Princesa! Pra mim, esta moça de bom coração, que se preocupa com os pobres, os animais e as árvores... não precisa provar nada... No coração de um homem feliz, sempre haverá lugar para uma Princesa... Uma vida preciosa está em jogo! Sintetiza, querida!”.
P: “Às vezes, sinto pena do militar: tem que cumprir missões em locais distantes da família, concentra-se na missão, não vê o que está acontecendo ao lado, perde capítulos da história emocional... O militar é feliz, Major?”.

B: “A felicidade pode esperar... E o mundo?”.

P: “Pede Paz!”.

B: “E o Homem-Aranha?”.

P: “Finge-se de morto. Aguarda ordens. Está com dois metros de altura! Levita no ar! Não tira os olhos do amigo. Está alegre, rindo à toa...”.

B: “E o cão Fiel?”.

P: “Faz um lanche: três jabuticabas. Fica de pé! Bate as patas da frente, como se fosse um beija-flor... levita no ar, como aquele Padre gaúcho... se acha o máximo! Não tira os olhos do pequeno dono... Mensagens da Terra!”.
B: “Transmita as mensagens!”.

P: “Centurião, acompanhado de médicos, vasculha ruas de Goiânia... em busca do filho / Serra gaúcha coberta de neve / Escoteiros encontram caderno na beira do Lago da Flor!”.


( FOTO STUDIO ANA
- Ana H Berlet de Almeida
- SARANDI - RS )

( Imagem: Fátima Thums Vogt )

B: “E a orquestra?”.

P: “Cmt, eu não tenho como descrever tudo... 12 mil Querubins executam acordes, 25 mil Serafins cantam celestial canção, 25 mil Anjos do Paraíso (sob o comando de Arcanjo São Miguel) acompanham os acordes musicais, 7 mil homens de branco dançam alegremente... conquistando o sorriso de todos os Santos...”.

B: “E o homem?”.

P: “Negocia com lobos!”.

B: “E o lobo?”.

P: “Quer as matas nativas!”.

B: “E o coração do homem?”.

P: “Repete as mesmas jogadas!”.

B: “E o PAPA?”.

P: “Reza pelas crianças do mundo!”.

B: “E o Menino?”.

P: “NA PORTA DO PARAÍSO... DANÇA COM ANJOS... A VALSA DA VITÓRIA!”...


( Imagem: Google images)


( Edições Paulinas
- SÃO PAULO - SP )

DANÇA COM ANJOS (Valsa da Vitória)

(Letra: C F VOGT / Melodia: C F VOGT Jr.)

 

Que alegria

Que esplendor

Que aurora

A Valsa da Vitória dançamos agora...

 

Com as moradas

Que DEUS tem

Nos planaltos do mundo afora

A Valsa da Vitória dançamos agora...

 

Que alegria

Que esplendor

Que brilhante aurora

Com um menino

De valor

Exemplar como nos tempos de outrora

A Valsa da Vitória dançamos agora

Com um Comandante de belo sorriso

Que precisa ir embora

Na porta do Paraíso

A Valsa da Vitória os Anjos dançam agora...

 

Com um menino...

De vontade

Que acendeu na Cidade uma nova aurora

A Valsa da Vitória os Anjos dançam agora...

 

Com Querubins

Com Serafins

E a nave azul que espera lá fora

Com um menino

De valor

Exemplar como nos tempos de outrora

A Valsa da Vitória o BRASIL dança agora...

 

Com os corações

Dos bons Soldados

Que marcham lá fora

A Valsa da Vitória o Céu dança agora...

 

Com os justos e puros

Com os mansos que levam a Paz

Num mundo que chora

A Valsa da Vitória o Paraíso dança agora...

 

Com o sino que dobra e para

Quando um Coração de Soldado dispara

E a face da namorada se cora

Com os Santos

Que alegram e salvam a vida que implora

E a neve que cai, aplaude e chora

A Valsa da Vitória os Anjos dançam agora...







FOTOS STUDIO ANA - Ana H Berlet de Almeida - SARANDI - RS


( GUIA PHILIPS
- Horizonte Geográfico
- SÃO PAULO - SP )

( Aves do Cerrado - EDSON ENDRIGO - USP
à esq. Arara-vermelha-grande /
 à dir. Polícia-inglesa )

( Aves do Cerrado - EDSON ENDRIGO - USP
à esq. Polícia-inglesa / à dir. Azulinho )

( Aves do Cerrado - EDSON ENDRIGO - USP
à esq. Soldadinho / à dir. Azulinho )

( J C WIDALL - JOSÉ CARLOS
WIDALL - URUGUAI )


"Se queres a Paz, prepare a Paz"
( PAPA JOÃO XXIII )

Arquivo do blog