.........Num sábado de manhã, quando eu caminhava pelo
Parque Farroupilha de Porto Alegre, parei diante dos monumentos
dos patronos. Queria ver a pintura. Havia um jovem universitário em frente ao
busto do Patrono do Exército. Ele me perguntou: “E este: quem é? O que ele fez
de importante?” Eu respondi: “Ele foi um dos maiores brasileiros de todos os
tempos! Eu poderia dar uma aula sobre ele, o único Duque da História do Brasil,
mas preciso me exercitar. Se o Amigo quiser, poderei trazer um resumo, no
próximo sábado!” – “Sim! Eu quero! Vou fazer um TCC sobre O Brasileiro Luiz!”
.........Luiz Alves de Lima e Silva nasceu em
25 de agosto de 1803 na Fazenda Taquaruçu, em Caxias-RJ. Era filho do General
Francisco de Lima e Siva, o Barão de Barra Grande e neto do Marechal-de-Campo
José Joaquim de Lima e Silva, Comendador da Ordem de Avis. Recebeu, da Família
e do Império, Educação esmerada, alicerçada em valores morais. Ele foi o Cadete
mais ilustre da Academia Real Militar, criada em 1811. Instituição que, com o
tempo, a ordem e o progresso se transformou na gloriosa Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN). Luiz Alves, no posto de tenente, foi o porta-bandeira do
Batalhão do Imperador.
.........Para envergar os mais altos cargos militares
e políticos do Império, O Soldado Luiz teve que sacrificar quase tudo: o lazer,
o conforto, a segurança, a família... Colocando a Pátria acima de tudo, na
Batalha de Santa Luzia, em 1842, empregou dois irmãos, sendo um deles o caçula.
.........A farda, numa época de prestígio,
escondia longas marchas a cavalo, acampamentos rústicos, a saudade de casa,
manhãs frias, onde o Caxias era o primeiro a levantar. O exemplo do Comandante
era naturalmente seguido. Conhecedor da Logística e das almas, organizou um
Exército Pacificador.
.........Respeitado por amigos e inimigos,
participou de seis campanhas militares. Venceu todas! Como líder de batalha,
explorou, com inteligência, os princípios de guerra que conheceu na Academia
Real Militar. Uma espécie de Napoleão Brasileiro, era inútil tentar surpreender o Condestável, o Escravo da
Pátria.
.........Em 1842, o então Barão de Caxias
emocionou a Capital da Província de São Pedro. Assumiu o Comando político e
militar e, no terceiro dia, visitou os feridos da Revolução Farroupilha.
Sensível, incorporou os negros ao Exército Imperial. Religioso autêntico, era
devoto da Nossa Senhora da Conceição. Nas campanhas, conduzia, sempre, um altar
móvel com a imagem da Santa, que sua querida Mãe ensinou amar.
.........Em 1845, pacificou a Família Brasileira, em Ponche Verde-RS.
.........Em 1845, pacificou a Família Brasileira, em Ponche Verde-RS.
.........Em 18 de junho de 1862, uma doença
levou o seu único filho homem (Luiz), homônimo, aos 14 anos de idade, quando
Aluno do Colégio Dom Pedro II. Era o fim de um sonho, de um projeto, de uma
esperança... O Pai Soldado ficou inconsolável, com a chegada de lágrima que o
tempo não sabia secar... De onde tirar forças? Talvez outro Comandante pudesse
ocupar o seu lugar. Mas não foi isso que o destino quis.
.........Em 1863, Caxias adaptou a doutrina do
Exército de Portugal à doutrina do Exército Brasileiro, colaborando para a vitória
na Guerra do Paraguai.
.........Foi justamente ele quem escreveu uma
das mais belas páginas da História do
Brasil. Na Guerra do Paraguai, em terreno desfavorável, numa situação
dramática, em Itororó, arrastou o Exército Brasileiro, ao bradar com energia,
com a destra empunhando espada invicta: “Sigam-me os que forem brasileiros!”
.........Antes de findar a Guerra da Tríplice
Aliança, contra Solano Lopez, o Duque, ao chegar ao Porto do Rio de Janeiro,
não escondeu os olhos marejados: nem todos entenderam a sua decisão de
Estadista de não invadir Assunção. O Estrategista nunca esquece a Paz que se
quer depois.
.........O General Luiz Alves de Lima e Silva
era sadio e enérgico. Soldado por vocação, prestou mais de 60 anos de
relevantes serviços ao Brasil. Em seu Coração de Soldado, vigoraram virtudes
admiráveis: Bravura, Coragem, Abnegação, Honra, Devotamento, Solidariedade, Integridade,
Fé Robusta...
.........Em seu Testamento, o Pacificador
revelou Humildade: “Logo que eu falecer deve o meu testamenteiro fazer saber ao
Quartel General, e ao ministro da Guerra que dispenso as honras fúnebres que me
pertencem como Marechal do Exército e que só desejo que me mandem seis
soldados, escolhidos dos mais antigos, e melhor conduta, dos corpos da
Guarnição, pra pegar as argolas do meu caixão...” Ao fazer uso da palavra, no
Senado do Império, surpreendeu a vaidade: “A minha espada não tem partido!
Tirem-me meus generais, mas não me deixem sem meus Capelães!”
.........O hábil organizador de vitórias empreendeu
a última batalha em 07 de maio de 1880, aos 76 anos de idade, na Fazenda Santa
Mônica, Valença – RJ. Seu corpo foi transportado por Soldados de bom
comportamento. Encontra-se, com os restos mortais da esposa, a Duquesa de
Caxias, Ana Luiza Carneiro Viana, no Pantheon situado em frente ao Palácio
Duque de Caxias, no Rio de Janeiro-RJ. O Exército preservou o altar portátil,
usado por Caxias para assistir missas em campanha. Encontra-se no Mosteiro de
Santo Antônio, no Largo da Carioca, Rio-RJ. Por um Decreto de 1932, o Marechal
foi consagrado Patrono do Exército Brasileiro.
.........Oradores emocionados, nos quatro
cantos da Pátria, buscaram delinear os contornos do Grande Estrategista:
- O Pacificador
- O Maior Soldado do Brasil
- O Filho Querido da Vitória
- O Duque de Ferro e da Vitória
- General Invicto
- O Wellington Brasileiro...
- E o Povo, carinhosamente, batiza de Caxias o Cidadão de
exemplar desempenho.
.........No momento em que o Povo Brasileiro
precisa dar um passo estratégico, é mister volver os olhos para um coração
sincero, coberto de glórias. A personalidade de fé robusta do Pacificador foi
decisiva nas negociações de paz. Evitou derramamento de sangue. Manteve o
Brasil unido, católico e pacífico. Era um negociador honrado e confiável. A
História virou mais uma página. O exemplo do Patrono do Exército aponta para um novo amanhecer.
EXÉRCITO BRASILEIRO
Braço Forte - Mão Amiga
(Agradeço a colaboração do Sr Coronel Cláudio Moreira Bento, do Sr Coronel Juvencio Saldanha Lemos e do Sr Coronel Luiz Ernani Caminha Giorgis).
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