sexta-feira, 26 de julho de 2019

O Ansioso e o Elevador


.........Amigo Leitor, bom dia! O objetivo deste trabalho é incentivar o uso de  escadas, sempre que possível e alertar sobre os riscos dos elevadores. 
.........No meu prédio, há vários moradores ansiosos. Faz parte da vida moderna. Sempre com pressa, eu me destaco! Ontem, no meio da tarde, eu estava fazendo exercício na garagem. Decidi buscar a correspondência, para ganhar tempo. Levei as cartas para casa, no 4º andar. Coloquei-as sobre uma cadeira e tomei o elevador para voltar ao térreo. No deslocamento, o elevador fez um barulho, parou e apagou tudo. É muito azar! Acontecer isso logo comigo! Em uma sexta-feira, dia mais frio do ano no RS. Lá fora, um caos no trânsito. Os portoalegrenses ansiosos para subir a Serra e contar com a sorte de ver a neve. E se o técnico do elevador fosse um deles? O susto foi grande! Pensei que ele iria despencar e eu desmaiar. Eu não sabia onde estava. Fiquei preso num espaço pequeno, sem água e sem lanche. Logo eu que estou com a agenda cheia. Comecei a bater na porta e gritar (ESTOU PRESO NO ELEVADOR!). Em pleno expediente, não deveria haver ninguém no prédio. Dúvida – quanto tempo ficarei aqui sem água? Fiquei exausto. Decidi tirar a jaqueta e sentar no chão. Ninguém me escutaria. Levantei. Continuei a bater na porta. A minha mão doeu. Gritei mais alto.  Sentei de novo. Rezei para o Santo Antônio. Alguns longos minutos depois, apareceu um jovem (EU JÁ TE ESCUTEI!). Ele quis ajudar, mas não sabia o telefone do Técnico, nem onde ficava  o claviculário (com a chave do elevador). O negócio dele é vídeo-game! Continuei gritando. O jovem chegou com a chave e com o Técnico. Abriram a porta. O elevador estava entre dois andares, desnivelado! Tive que pular.
.........Em Brasília, uma Médica caiu no fosso (acidente fatal). Eu não me machuquei, mas uma pessoa idosa não poderia pular. No final do ano passado, numa tarde muito quente, meu vizinho ficou preso com a esposa, um gato e um cachorro.
........Eu nunca tive medo de elevador. Mas, hoje, sei que o socorro demora. Em síntese, Amigo, desenvolva o hábito de subir escadas. É um exercício salutar, combate o sedentarismo, a obesidade e várias doenças. Além de economizar energia elétrica e reduzir os riscos ligados ao elevador. No meu caso, o elevador parou porque desligaram a luz, sem avisar, para podar árvores! O Técnico demorou por causa do trânsito lento! Então, não conte com a sorte. Sempre que possível, evite o elevador! E leve no bolso um santinho do Santo Antônio. Não custa nada...

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Lição de Amor



.........Visitei, há poucos dias, um Hospital de PORTO ALEGRE. Vou ser sincero: é tudo meio deprimente.  Retrato de um mundo preto e branco. Mas devo ser justo: houve elogiável progresso. Tive a oportunidade de fazer mais um amigo: o senhor LAUDELINO. Por que este homem de 78 anos conquistou a minha admiração? Ele está doente. Perde a memória, progressivamente. Ele visita, todos os dias, a esposa. Esta foi internada, pela quinta vez, com depressão. Em casa, não ingere os medicamentos corretamente. A patologia volta. Eles não possuem renda para contratar enfermeira.
.........O senhor LAUDELINO chega ao Hospital antes do horário da visita. Apesar de tudo, é um homem bem-humorado. Todos gostam dele. Alegra o ambiente. Conversa animadamente com os outros visitantes. É agradável e educado. Conta piadas. Ao conversar comigo, perdeu-se. Esqueceu as frases anteriores. Quando uma enfermeira perguntou o nome da esposa, respondeu: “Não sei. Esqueci.”
.........Contou que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Que sua memória já não era boa. De casa para o Hospital, o senhor LAUDELINO leva roupas limpas e mimos. Durante a visita (uma hora), compra, para ela, refrigerante e chocolate. Sempre atencioso e carinhoso. Ela gosta de tomar mate. Mas ele não leva. Não consegue mais preparar o chimarrão, devido à gravidade da doença.
.........Do Hospital para casa, leva roupas para serem lavadas. Por ele mesmo! Na semana passada, ao retornar para o lar, o LAUDELINO se perdeu... numa Cidade cada vez mais cheia, menos humana! Foi parar longe de casa. Ele não se lembrava em qual parada deveria descer do ônibus... Enquanto tomava um chimarrão (que eu levei), a esposa dele me contou que fica imaginando as enormes dificuldades que o esposo passa, morando, temporariamente, sozinho. Sente pena dele. Sabe o valor que ele tem! Admira-o por a visitar assiduamente. Sem se preocupar em esconder a forte emoção que sentia, disse que o LAUDELINO, com a sua alegria contagiante, ameniza a dor que ela sente... nas agruras do inverno da vida...
.........Alguns pacientes não têm cura. Residem no Hospital. Outros não recebem visitas. Foram esquecidos... justamente por quem deveria amá-los! O grande LAUDELINO, por sua vez, dedica-se, responsavelmente, para fazer a “eterna namorada” feliz. Quando tantos nunca recebem visita, o LAUDELINO, de mãos dadas com a saudade matadeira, desafia uma doença implacável...
.........O bom humor deste cidadão exemplar não esconde o drama: até quando o LAUDELINO terá forças? O futuro está nas mãos de DEUS. Mas, hoje, ele protagoniza a vitória do amor. Quando for chamado ao Paraíso, deixará, com certeza, uma grande lição: O AMOR VENCE A DOENÇA. Na luta pela vida... em busca da felicidade... O AMOR É A MAIS PODEROSA DAS ARMAS!