12. A ÚLTIMA FORMATURA

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.........O Major BONDOSO conversa com o Tenente OSÓRIO EMÍLIO: “Está chegando a hora da partida... Coloque a Companhia em forma. Não esqueça de encaminhar os processos de movimentação...” O Tenente responde: “Sim, senhor!” O Comandante percebe uma mudança no comportamento do Subordinado: “O que houve, OSÓRIO? Você nunca me escondeu nada!” O leal Tenente responde: “Eu não quero lhe apresentar mais um problema, mas a verdade é que a nossa Companhia tem que escalar dois soldados para a missão de pacificação do HAITI... O senhor quer escolher?” BONDOSO responde: “Você, jovem OSÓRIO, é tão religioso  quanto eu: compareça à Catedral de Brasília. Reze, reflita e, depois, decida.”

.........(O Major está com uma pasta, a Secretária VANESSA, o Cabo DORMÊNCIO, o cão TOMMY, o papagaio e, na mão esquerda, uma cuia de chimarrão... O motorista JOÃO BATISTA segura a Bandeira do Brasil e um mapa... O Sargento GARCIA junta-se a eles. Leva nos ombros a Bandeira do Rio Grande... e um mico-de-cheiro, alegre e sapeca...).

.........Antes de partir, o líder da Águia conversa, pela última vez, com os amigos que ficarão: “Meus comandados! A correria dos últimos dias provocou um pouco de confusão. É normal. Chegou o momento da minha despedida. Agradeço a todos pelas vitórias. Agradeço, ainda, por terem cultuado, junto comigo, valores tão caros como a disciplina, a lealdade, a educação, a honestidade... Tudo o que exigi não foi para mim... foi para o EXÉRCITO. Em dias de grande emoção, mostrei como deve ser um Camarada, um Irmão Leal, um Amigo de Fé... Nunca venci nada sozinho! Devo tudo a vocês! Quando exigi demais... foi pela Pátria! Agradeço, de todo coração, o apoio à proposta de construir uma Pátria honesta! Para um Coração de Soldado, a desonestidade nunca estará na moda... Hoje, quando um homem fala de amor, logo é alvo de ironias... Mas, comigo, os irônicos deverão guardar as ironias nas gavetas do esquecimento... EU AMO O EXÉRCITO BRASILEIRO! Sejam bem-vindos ao Rio Grande do Sul,  a Querência Amada do Teixeirinha... O CENTURIÃO irá distribuir cópias do meu poema PALAVRAS DERRADEIRAS. Boa leitura! Construam vidas certas! Afastem-se de vidas erradas! Sejam felizes!”

.........(O Líder que parte entrega a pasta ao Motorista. Apanha a Bandeira com a destra. Deixa algumas lágrimas caírem... sobre o Planalto Central do Brasil...).

.........O Tenente sabe que o BONDOSO está exausto. Mesmo assim, chama por ele: “Comandante, o Soldado ESTROVALDO quer cantar!”

.........(O Soldado Infante e Cantor, com o seu inseparável violão, canta, acompanhado por seus colegas de farda, a canção "O AMIGO", de Roberto Carlos Braga).

.........A dor de uma despedida

.........não depende da grandeza da estrada

.........que o soldado tem pela frente,

.........mas da grandeza dos corações

.........que ficam para trás...

HINO A CAXIAS

(Composição de D AQUINO CORREIA)

Sobre a história da Pátria, ó Caxias,

Quando a guerra troveja minaz,

O esplendor do teu gládio irradias,

Como um íris de glória e de paz.

Salve,   Duque  Glorioso     e    sagrado

Ó    Caxias  invicto  e    gentil!

Salve,   flor de  estadista    e    soldado!

Salve, herói militar do Brasil.

Foste o alferes, que guiando, na  frente,

O novel pavilhão nacional,

Só no Deus dos  exércitos crente,

Coroaste-o de  louro    imortal!

Salve,   Duque  Glorioso     e    sagrado

Ó    Caxias  invicto  e    gentil!

Salve,   flor de  estadista    e    soldado!

Salve, herói militar do Brasil.

De vitória em vitória, traçaste

Essa     grande odisséia, que vai

Das revoltas que aqui dominaste,

Às jornadas do atroz Paraguai.

Salve,   Duque  Glorioso     e    sagrado

Ó    Caxias  invicto  e    gentil!

Salve,   flor de  estadista    e    soldado!

Salve, herói militar do Brasil.

Do teu gládio sem par, forte e brando,

O arco de ouro da paz se forjou,

Que as províncias do Império estreitando

À unidade da Pátria salvou.

Salve,   Duque  Glorioso     e    sagrado

Ó    Caxias  invicto  e    gentil!

Salve,   flor de  estadista    e    soldado!

Salve, herói militar do Brasil.

EXÉRCITO BRASILEIRO – O último reduto dos bravos!

MARECHAL LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA

DUQUE DE CAXIAS

(1803 - 1880)

"Sigam-me os que forem brasileiros!"

(Região de Ponte do Itororó - Guerra do Paraguai - Século 19)

11. A CAMARADAGEM

.......Em seu último dia em BRASÍLIA, o Major BONDOSO revela preocupação com os militares da Expedição: “Subtenente CENTURIÃO, onde o Aspirante está?” O subordinado responde: “Está na Praça de Marechal THAUMATURGO, no ACRE.” “Por quê?” indaga o Major. O CENTURIÃO esclarece: “Está recebendo homenagem da Família SINATRA e do Prefeito. É  uma Ordem do Mérito.” O Major continua: “Eu não imaginei que ele estivesse tão longe. Afinal, o que ele fez?” O Subtenente apresenta as informações disponíveis: “O Aspirante RAIMUNDO NONATO libertou dezenas de MICO-DE-CHEIRO. Espécie em extinção. É uma das preferidas pelos mercantilistas pela beleza...
.........O cativeiro ficava no PARQUE NACIONAL DA SERRA DO DIVISOR. Onde o Aspirante, apoiado por seus camaradas leais, libertou, também, centenas de aves da espécie ARARA AZUL, também ameaçada de extinção. Os militares destruíram as gaiolas e entregaram os criminosos para as autoridades locais. Um Soldado ficou ferido, sem gravidade. O Aspirante ganhou uma lembrança da Família SINATRA: uma bela cortina do Hotel de MANAUS, destinada ao Teatro. Após a solenidade, retornarão com a FORÇA AÉREA NACIONAL (FAB), com a cortina a bordo!”
.........Emocionado, o Major BONDOSO exclama: “BRAVO, ASPIRANTE!”  O Amigo CENTURIÃO apresenta uma dúvida: “Comandante, quem formou esse homem de fibra, iniciativa, tenacidade... e camaradagem?” O Major responde: “A gloriosa ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS (AMAN)!” O Subtenente continua: “Parece que foi ontem, Major: quando o senhor chegou do RIO DE JANEIRO, ensinou-nos, com firmeza, que TODOS OS HOMENS PRECISAM DE UMA SEGUNDA CHANCE... Eu vou sentir muito a sua falta!”

Academia Militar das Agulhas Negras - AMAN (RESENDE - RJ)

.........Ao término da canção, militares e civis trocam abraços emocionados. A Secretária VANESSA coloca uma boina verde-oliva sobre a cabeça do cão TOMMY. O Major BONDOSO não sabia que tinha tantos amigos. Recebe a cuia de chimarrão, símbolo da hospitalidade gaúcha. Pega a Bandeira do BRASIL e segue o seu destino...                                             

.........O “Ministério da Guerra” vai ficando no passado... BRASÍLIA, um patrimônio da humanidade... Por que o EXÉRCITO continua sendo tão querido? Os sinos da Esplanada dos Ministérios voltam a tocar. A jovem VANESSA, idealista e educada, olha para trás. O amigo ESTROVALDO, grudado no violão, canta uma canção espanhola (VAYA COM DIOS – L RUSSEL – I JAMES – B PEPPER):
                  

....."Las campanas de la iglesia suenan tristes

.....Y parece que al sonar también te dicen:
.....Vaya con Diós, mi vida.

.....Vaya con Diós, mi amor".